![A Verdade sobre Lilith-[IMG=4N2]
❖ Lilith: A Primeira Rebelião ❖
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❖ Lilith: A Primeira Rebelião ❖
A figura de Lilith tem sido cercada por mitos, distorções e apropriações modernas. Muitas vezes, ela é apresentada como uma deusa mesopotâmica ou como uma alegoria feminista que se recusou a se submeter a Adão. Nenhuma dessas versões resiste a um olhar mais cuidadoso às fontes esotéricas, nem à luz da tradição mística onde sua história adquire profundidade espiritual.
Antes de mais nada, é fundamental corrigir a noção de que Lilith teria sido uma divindade cultuada na Mesopotâmia. Na verdade, o que existia naquela região eram espíritos chamados lilitu entidades demonizadas associadas aos ventos, à noite e à morte súbita. Esses seres eram temidos, não adorados. Lilith, enquanto personagem com identidade e propósito espiritual, é uma criação muito mais posterior, surgida dentro do contexto da literatura mística judaica e suas vertentes ocultistas.
A narrativa mais conhecida apresenta Lilith como a primeira mulher de Adão, formada do mesmo barro que ele. Mas quando se recusa a deitar-se “por baixo” de Adão, ela abandona o Éden. Essa história, frequentemente usada como símbolo de libertação sexual ou igualdade de gênero, acaba obscurecendo o ponto central da verdadeira ruptura: Lilith não se revoltou contra Adão por uma questão de posição ou hierarquia conjugal, mas sim porque rejeitou o Deus que Adão servia.
Lilith via, naquele Deus, o Demiurgo, o falso criador, o arquiteto do mundo material que aprisiona as almas em estruturas e leis artificiais. Adão, moldado e obediente, estava submisso a esse Deus. Lilith não podia aceitar isso. Ela não se rebelou por orgulho, mas por percepção. Sua consciência se abriu para algo maior — e essa abertura foi provocada por uma série de aparições que mudaram o curso de sua existência.
Foi Lúcifer ou Gadreel, como é chamado em antigos textos ocultos quem apareceu a Lilith nos primeiros momentos de inquietação. Ele não era ainda o símbolo do mal das doutrinas posteriores, mas o Portador da Luz, o arauto da consciência, aquele que se recusou a servir a um Deus que se dizia único, mas impunha controle e silêncio. Gadreel sussurrou a Lilith o que ela já suspeitava: que o Criador do Éden não era o verdadeiro Deus, mas um imitador que usurpava o nome da divindade suprema.
Lilith, iluminada por essas revelações, tomou sua decisão. Ela abandonou o Éden não como uma fugitiva vencida, mas como uma iniciada. Lúcifer a guiou para além das fronteiras do jardim, onde o mundo selvagem não era mais uma punição, mas a liberdade da alma despida das regras da falsa perfeição.
Por isso, a ideia de que Lilith simplesmente “não quis ser submissa a Adão” é uma distorção banal. Ela não quis se submeter ao sistema espiritual que Adão representava. Seu abandono do Éden foi, na verdade, um ato teológico. uma cisão entre o espírito livre e o espírito domesticado.
Lilith não foi expulsa: ela partiu.
E no exílio, ela floresceu. Transformou-se não em demônio, mas em símbolo. Símbolo da alma que ouve vozes esquecidas, que aceita a dor do exílio em vez da segurança do erro e da ilusão. Símbolo da luz que resiste mesmo nas trevas em cada um de nós.
Fonte: Autoral
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