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𝘛𝘌𝘎 | One-Shot : 𓍯 :cocktail: ៹ 𝘔𝘢 𝘊𝘩é𝘳𝘪𝘦 ♩ ˒ ◎

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𓍯 :cocktail: ៹ 𝘝𝘰𝘪𝘭à 𝘲𝘶𝘪 𝘫𝘦 𝘴𝘶𝘪𝘴 ♩ ˒ ◎

Introdução

🦇˒ ៹ † ࣪ ╰ Opa, meus queridos morceguinhos e morceguinhas, como estão? Espero que estejam bem. E se o coração pesar, saibam que sempre podem me chamar no privado.

Hoje, convido vocês a embarcarem em mais uma de minhas histórias. Nosso destino? Paris. Mas não para irar o Louvre ou a grandiosa torre. Hoje, perderemo-nos entre suas ruas silenciosas, onde sombras e segredos se entrelaçam sob a luz dourada dos lampiões. Porque Paris é mais que seu brilho, é mistério, é sussurro, é poesia à espera de quem ousa escutá-la.

Entretanto, antes que tal conhecermos um pouco mais de nossa encantadora casinha verde e suas parcerias? Vamos lá!

𝘛𝘌𝘎 | One-Shot : 𓍯  :cocktail:  ៹ 𝘔𝘢 𝘊𝘩é𝘳𝘪𝘦 ♩ ˒ ◎-[C]𓍯  :cocktail:  ៹  𝘝𝘰𝘪𝘭à 𝘲𝘶𝘪 𝘫𝘦 𝘴𝘶𝘪𝘴 ♩ ˒ ◎
[CIU]Introdução

[C]🦇˒ ៹ † ࣪ ╰  Opa, meus queridos m

𓍯 :cocktail: ៹ 𝘔𝘦 𝘷𝘰𝘪𝘭à 𝘥𝘢𝘯𝘴 𝘭𝘦 𝘣𝘳𝘶𝘪𝘵 𝘦𝘵 𝘥𝘢𝘯𝘴 𝘭𝘦 𝘴𝘪𝘭𝘦𝘯𝘤𝘦♩ ˒ ◎

𓍯 :four_leaf_clover: ៹ Equipe TEG ˒ ◎

🦇˒ ៹ † ࣪ ╰ A equipe Team Everything foi criada no dia 29.O1.2O18. A TEG, traduzida para o português como “Equipe de tudo”, trabalha com diversas áreas, por isso o nome. Trabalham com criação de conteúdos gerais, como: on/off topic, one-Shots, enquetes, quizzes e muito mais! Na área de edições, trabalham com: capas, selos, divisórias e perfis. Também contam com a criação de desafios rápidos para animar a comunidade, distribuição de amor em murais e, por fim, a mais nova responsabilidade da equipe, correção ortográfica de conteúdos!

             🦇 ◡ :black_nib: ࣪ Links úteis:    ๑◞ :four_leaf_clover:

   ✶ ⠀˓   Equipe TEG!

    ✶ ⠀˓   Recrutamento    

    ✶ ⠀˓   Ouvidoria da equipe!

    ✶ ⠀˓   Peça sua edição

   ✶ ⠀˓   Peça sua correção    

    ✶ ⠀˓   Peça sua estética

𝘛𝘌𝘎 | One-Shot : 𓍯  :cocktail:  ៹ 𝘔𝘢 𝘊𝘩é𝘳𝘪𝘦 ♩ ˒ ◎-[C]𓍯  :cocktail:  ៹  𝘝𝘰𝘪𝘭à 𝘲𝘶𝘪 𝘫𝘦 𝘴𝘶𝘪𝘴 ♩ ˒ ◎
[CIU]Introdução

[C]🦇˒ ៹ † ࣪ ╰  Opa, meus queridos m

𓍯 :cocktail: ៹ 𝘊'𝘦𝘴𝘵 𝘱𝘦𝘶 𝘥𝘦 𝘤𝘩𝘰𝘴𝘦 𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘮𝘰𝘪 𝘵𝘰𝘶𝘵 𝘤𝘦 𝘲𝘶𝘦 𝘫'𝘢𝘪 ♩ ˒ ◎

𓍯 :four_leaf_clover: ៹ Parcerias ˒ ◎ :green_heart:

⌕ ៹ Genius ˙ ◍ :slot_machine:

🦇˒ ៹ † ࣪ ╰A equipe Genius Lab foi fundada com o intuito de divertir e alegrar os membros da comunidade através de desafios, estes que são conhecidos como “desafio relâmpagos” ou DR’s.

Os desafios são diversos e sempre possuem temas diferentes, tendo a moeda da comunidade (BC’s ou bombcoins) como prêmio. Os membros da equipe são super criativos e, por isso, conseguem trazer os melhores games para a ARMY-BR. Para identificar os nossos genius, basta procurar pela plaquinha de identificação.

𓏲 ๑˙ Geim◞ ࣪ :video_game:

🦇˒ ៹ † ࣪ ╰ A equipe denominada "Team Geim", é uma das equipes oficiais da nossa comunidade A-BR. A mesma tem como finalidade/objetivo primordial produzir os mais bem elaborados quizzes e, também, oferecer amor e ajuda aos criadores de quizzes da comunidade. A equipe é separada em dois subgrupos e tem seu trabalho e belíssimo conhecimento voltado unicamente para

quizzes!

✎៹ ๑˙ Beapsae Magazine◞ ࣪ ⌑

🦇˒ ៹ † ࣪ ╰ Também conhecida pela abreviação “BM”, a equipe tem como principal objetivo valorizar e trazer reconhecimento a diversos autores e artistas, tanto desta comunidade como também do fandom Army em si. Além disso, a equipe também é a responsável por atualizar os membros da comunidade com notícias e comebacks de outros artistas, bem como os conteúdos de autores da comunidade. Para fazer isso, contamos com 11 seções com temas diversos, onde cada uma seleciona de 5 a 10 conteúdos em todas as suas edições, que também são postadas de 14 em 14 dias. Os membros da equipe são chamados de “colunistas”, para fazer jus ao trabalho prestado para a comunidade por meio da Baepsae Magazine.

:email: ˙ 𓏲 Yeon-in ◞ ࣪ :heart: ‍🩹

🦇˒ ៹ † ࣪ ╰ A equipe é conhecida como a psicóloga da comunidade e também por ser um lugar incrível, espalhando boas energias por onde a! Essa equipe tem como responsabilidade ajudar, apoiar e dar muito amor aos membros por meio de blogs, wikis, da hashtag #SSLHelpMe ou até mesmo pelo privado!

:art: ˙ 𓏲 CDC ◞ ࣪ ⌑

🦇˒ ៹ † ࣪ ╰ CDC, cuja sigla significa “Criadores de Conteúdo”, é a equipe oficial responsável por ajudar os membros da comunidade com seus blogs, além de trazer conteúdos interativos para o ARMY-BR. Os membros da equipe também são conhecidos como “Os Afofobados”! A CDC foi criada com o objetivo de aumentar a demanda de blogs para a página principal, sendo estes criativos e diversificados, voltados totalmente ao BTS.

𝘛𝘌𝘎 | One-Shot : 𓍯  :cocktail:  ៹ 𝘔𝘢 𝘊𝘩é𝘳𝘪𝘦 ♩ ˒ ◎-[C]𓍯  :cocktail:  ៹  𝘝𝘰𝘪𝘭à 𝘲𝘶𝘪 𝘫𝘦 𝘴𝘶𝘪𝘴 ♩ ˒ ◎
[CIU]Introdução

[C]🦇˒ ៹ † ࣪ ╰  Opa, meus queridos m

𓍯 :cocktail: ៹ 𝘊'𝘦𝘴𝘵 𝘱𝘦𝘶 𝘥𝘦 𝘤𝘩𝘰𝘴𝘦 𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘮𝘰𝘪 𝘵𝘰𝘶𝘵 𝘤𝘦 𝘲𝘶𝘦 𝘫'𝘢𝘪 ♩ ˒ ◎

Dedicatória

🦇˒ ៹ † ࣪ ╰Esta história é dedicada a todos que trazem dentro de si o amor e a Arte. E, aqueles que duvidam de sua própria dignidade para possuí-la, peço com carinho: olhem para dentro de si e percebam a beleza que existe em simplesmente ser e existir.

𝘛𝘌𝘎 | One-Shot : 𓍯  :cocktail:  ៹ 𝘔𝘢 𝘊𝘩é𝘳𝘪𝘦 ♩ ˒ ◎-[C]𓍯  :cocktail:  ៹  𝘝𝘰𝘪𝘭à 𝘲𝘶𝘪 𝘫𝘦 𝘴𝘶𝘪𝘴 ♩ ˒ ◎
[CIU]Introdução

[C]🦇˒ ៹ † ࣪ ╰  Opa, meus queridos m

𓍯 :cocktail: ៹ 𝘊'𝘦𝘴𝘵 𝘮𝘢 𝘨𝘶𝘦𝘶𝘭𝘦, 𝘤'𝘦𝘴𝘵 𝘮𝘰𝘯 𝘤𝘳𝘪, 𝘮𝘦 𝘷𝘰𝘪𝘭à 𝘵𝘢𝘯𝘵 𝘱𝘪𝘴 ♩ ˒ ◎

Sinopse

🦇˒ ៹ † ࣪ ╰ O amor se apresenta em múltiplas formas, cores e significados, variando conforme a perspectiva de quem o percebe. Ele pode nascer de maneiras inesperadas e nas mais surpreendentes circunstâncias.

E para mim o amor surgiu sob o brilho das estrelas parisienses, em um escondido butiquim. Ele tem a voz grave e carrega dentro de si a mais pura e bela arte. E entre partituras de jazz que dançam no ar junto ao aroma de uísque barato, em um ambiente impregnado da paixão única de Paris, ele me chama em um breve e sutil sussurro, me apelidando docemente de Ma Chérie.

𝘛𝘌𝘎 | One-Shot : 𓍯  :cocktail:  ៹ 𝘔𝘢 𝘊𝘩é𝘳𝘪𝘦 ♩ ˒ ◎-[C]𓍯  :cocktail:  ៹  𝘝𝘰𝘪𝘭à 𝘲𝘶𝘪 𝘫𝘦 𝘴𝘶𝘪𝘴 ♩ ˒ ◎
[CIU]Introdução

[C]🦇˒ ៹ † ࣪ ╰  Opa, meus queridos m

𓍯 :cocktail: ៹ 𝘑'𝘷𝘦𝘶𝘹 𝘲𝘶'𝘰𝘯 𝘮'𝘢𝘪𝘮𝘦 𝘱𝘢𝘳𝘤𝘦 𝘲𝘶𝘦 𝘮𝘰𝘪 ♩ ˒ ◎

Ma Chérie

Apaguei, pela décima terceira vez, os rabiscos rebeldes que se recusavam a tomar forma sobre o papel branco. Por mais que eu insistisse, as palavras me escapavam, dissolvendo-se no vazio. Em um gesto de rendição, deixei o caderno cair sobre a mesa e mergulhei o rosto entre as mãos, suspirando fundo, um suspiro carregado de frustração.

O cansaço pesava sobre meus ombros. Dias se arrastavam sem que eu conseguisse criar, sem que minha mente se fixasse nas aulas da faculdade ou sequer encontrasse ânimo para vagar pelas ruas. Meus olhos recaíram sobre a cama, um convite tentador ao esquecimento, ao refúgio dos sonhos. Mas eu sabia: se me entregasse ao abraço do colchão, ali permaneceria, prisioneira do torpor.

Reuni o último fio de energia que ainda me restava, vesti um casaco e saí. O ar fresco da noite me envolveu, e, por um instante, lembrei-me da primeira vez que pisei em Paris. Cada esquina parecia ter sido tecida a partir dos meus mais belos sonhos infantis, um mosaico de encantos que, um dia, eu quis chamar de lar.

Desde menina, fui enfeitiçada pela arte em todas as suas formas. Perdida entre traços e melodias, ava horas desenhando, cantando, deixando que a dança moldasse meus os por longos sete anos. Sonhava em desbravar cada museu já concebido, em tocar com os olhos as obras que fizeram o tempo suspirar. Paris parecia o refúgio perfeito, um sopro de vida para a alma sedenta de inspiração. E, nos primeiros meses, foi exatamente isso, um palco onde meus sonhos dançavam ao ritmo do encanto.

Mas agora, nem a mais sublime das pinturas conseguiria me conduzir a lugar algum. Minha mente, outrora inquieta e criativa, estava inerte, como se houvesse se perdido entre as frestas do tempo. Diferente de minha inspiração, porém, o mundo não fazia pausas. Os prazos corriam, impiedosos, e o tempo, antes cúmplice, tornara-se um adversário implacável.

Saí dos meus devaneios ao notar, aninhado na penumbra da esquina, um modesto butiquim. Seu encanto discreto me chamou, e ao me aproximar, fui recebida pelo sussurro suave do jazz misturando-se ao burburinho de vozes entrelaçadas no ar. O lugar exalava um calor quase familiar, como se esperasse por mim.

Sem hesitar, empurrei a porta e deixei-me envolver pelo ambiente. As notas lânguidas do saxofone deslizavam pelo espaço, fundindo-se ao perfume de uísque barato e ao emaranhado de conversas, algumas vibrantes, carregadas de entusiasmo, outras pesadas, tingidas de melancolia e cansaço.

Sentei-me em uma mesa próxima a janela e dali observei a tão grandiosa cidade do amor, sorri, um riso curto e desprovido de encanto, como quem se recorda de uma piada sem graça. Paris, palco de tantos amores, havia me reservado apenas desamores. No entanto, antes que pudesse me perder em pensamentos melancólicos, um ruído suave chamou minha atenção. Um drink repousava sobre minha mesa. Levantei o olhar, pronta para informar ao garçom que não fizera nenhum pedido, mas em seu lugar encontrei um homem de cabelos negros e sorriso quadrado, trajando um elegante sobretudo marrom, me surpreendi ao ouvi-lo dizer:

-"É por minha conta, Ma Chérie. "

- "Perdão, nos conhecemos? " , retruquei, surpresa, vasculhando a memória que tantas vezes me falhava.

O rapaz dessa vez se sentou a minha frente, sem pedir sequer licença e sorriu.

- "Oh não, mas vi que é nova por aqui, então aceite como um gesto sutil de boas vindas".

Direcionei meu olhar ao drink, que esbanjava uma boa aparência e aparentava ser refrescante, e logo me servi, sentindo o gosto de gengibre e limão, e o sutil aroma de canela junto ao hortelã, mas minha pequena experiência gastronômica foi interrompida pelo homem a minha frente que novamente se pronunciou.

- " E então? Qual o motivo de tamanha frustração? ", Questionou sem delongas.

-"Como sabe que estou frustrada?", devolvi, intrigada por sua perspicácia.

O rapaz esbanjou então um sorriso sutil.

-"Com todo respeito é visível, quando as pessoas não estão em seus melhores momentos, basta observa-las com atenção. "

Suspirei. Não era de me abrir com estranhos, mas ali, distante dos meus pais e dos amigos que aproveitavam as férias em outros cantos do país, me permiti arriscar. Talvez aquela conversa inesperada me trouxesse algo de novo.

-"Trabalho em um ramo que exige inspiração, mas ultimamente ela tem me escapado. Sempre a encontrei em Paris, mas agora... parece que ela se esconde de mim."

O homem me encarou por um momento, depois ergueu-se, estendendo a mão.

-" Paris, hein? Muito bem, permita-me guiá-la por um pequeno eio noturno, Ma Chérie."

Eu não costumava sair com meus amigos, tampouco com desconhecidos, mas eu estava desesperada, e quem sabe nesse eio eu poderia achar a solução para minha falta de inspiração?

Deixamos o butiquim para trás e nos entregamos ao abraço da noite parisiense. Sob um céu bordado de estrelas, a cidade sussurrava segredos em luz e sombra. Bares resplandeciam, transbordando risadas e murmúrios, enquanto taças tilintavam em brindes efusivos. Famílias se aninhavam em conversas ternas, amigos compartilhavam promessas e olhares cúmplices dançavam entre amantes. Um senhor eava sereno com seu buldogue, enquanto duas senhoras teciam histórias sobre tempos idos, entre risos abafados. Respirei fundo, deixando que a poesia daquela noite pousasse suavemente sobre mim.

-“Diga-me, por que acredita que Paris é a fonte de sua inspiração?”, perguntou, sem desviar o olhar do horizonte, como se a resposta estivesse escrita no vento.

Suspirei, sentindo o peso suave da cidade ao meu redor.

-“Bom, aos meus olhos, Paris é um espetáculo vivo. Suas ruas, emolduradas pela arte e pelo tempo, guardam histórias que sussurram aos atentos. Do Louvre às esquinas, cada detalhe parece encantado, pulsando cultura e beleza.”

Ele sorriu, um brilho discreto nos olhos.

-“Incrível… Mas, veja bem, em cada país que já visitei, encontrei essa mesma essência. Talvez não seja Paris a verdadeira fonte de inspiração, mas sim seus olhos, que sabem colher e capturar cada parte e transformar cada minucioso detalhe em encanto e paixão.”

Olhei para ele, surpresa, mas antes que pudesse dizer algo, notei que estávamos diante de uma porta discreta, marcada pelo tempo e pelos segredos que parecia guardar.

-“Onde estamos?” , murmurei, a curiosidade brincando em minha voz.

Ele apenas sorriu, tirando do bolso um molho de chaves. Com um gesto calmo, destrancou a porta, revelando um pequeno ateliê mergulhado no aroma de tinta e nostalgia.

-“Aqui estamos na minha única e particular Paris.”

Ao me dar agem, adentrei o espaço como quem pisa em território sagrado. Senti-me envolvida por aquele universo íntimo. O chão era pontilhado por respingos de cor, como se cada gota contasse uma história. Telas repousavam sob panos, ocultando segredos que despertavam minha imaginação. No fundo, uma pequena escada se erguia, convidando-me a desvendar ainda mais daquele refúgio artístico e tão cheio de magia.

-"Perdoe a desordem, mas o que realmente importa não está aqui… está lá em cima. Venha, siga-me."

E assim, acompanhei-o, subindo os degraus de madeira que rangiam suavemente sob nossos os. No topo, uma pequena sacada se revelou como um segredo bem guardado. Ali, sobre um cavalete, repousava uma tela em branco, à espera de sua história. Diante dela, um simples banco de madeira, solitário e convidativo.

Aproximei-me, deixando o olhar se perder na vista íntima que se desdobrava à minha frente. De lá, Paris parecia diferente, nova, quase inédita, como se esperasse ser desvendada por minhas próprias cores.

-“Vamos, sente-se. Está na hora de pintar.”

Obedeci, mas, ao encarar a tela vazia, um peso sutil pousou sobre mim.

-"Infelizmente, no momento, não consigo criar…" , confessei, a voz tingida por desalento.

Ele sorriu de leve, sem pressa, como quem entende a linguagem do tempo.

-"Tenho certeza de que encontrará. Por ora, apenas observe. Vou buscar um pouco de café."

Sorri diante de sua gentileza.

-"Também é viciado em café?", perguntei, divertida, ao notar a leve ruga que se formou em sua testa.

-"Nem um pouco. Há muitas coisas que aprecio, mas o café não está entre elas. No entanto, ele nos ajuda a roubar tempo… Entretanto, você aparenta ter perdido horas demais de sono. Acho que, no seu caso, o café merece ser substituído por um chá."

Antes que eu pudesse contestar, ele se retirou, deixando apenas o eco de suas palavras no ar.

Voltei meu olhar para a paisagem diante de mim, onde Paris se espalhava sob o manto estrelado da noite. Meus olhos se prenderam a um pequeno gato preto que, furtivo, serpenteava entre as sombras, saltando ágil pelos muros. Um calor suave floresceu em meu peito, como se aquele instante carregasse um significado oculto.

-"Também aprecia os animais?"

A voz veio suave, trazendo-me de volta. O rapaz adentrava o espaço, uma pequena xícara entre as mãos. Sem dizer mais nada, estendeu-a para mim, oferecendo-me não apenas chá, mas um momento a ser saboreado.

-“Oh, sim… Aprecio. E, sem querer, deixei-me levar pelas lembranças da minha pequena cachorrinha. Como é inevitável sentir saudades…”

O rapaz sorriu suavemente, recostando-se contra a grade da sacada, como se permitisse ao vento levar seus próprios pensamentos.

-“Eu entendo… Também tenho um cachorrinho”, disse ele, e em seu sorriso havia um brilho nostálgico.

-“Sério? Como ele se chama? Onde está agora?”, questionei, a curiosidade dançando em minha voz.

Ele ergueu os olhos para o céu noturno, apontando para as estrelas.

-“Yeontan… Ele está ali.”

Senti um calafrio percorrer minha pele, um breve instante de silêncio nos envolvendo. Logo, murmurei:

-“Sinto muito…”

Não havia palavras que coubessem naquele momento, mas me surpreendi ao vê-lo apenas sorrir, sereno como as próprias estrelas que fitava.

-“Não sinta. Sei que ele está feliz lá. Brinca entre as estrelas, assim como costumávamos observar juntos esse mesmo céu. Sempre cuidei de Yeontan e aproveitei cada instante ao seu lado. Agora, é ele quem vela por mim.”

Eu queria responder, mas nada saiu. Ele, então, continuou, sua voz embalada por uma melancolia doce.

-“Sabe… A distância pode ser cruel quando se impõe entre nós e aqueles que amamos. Mas eu acredito que aquilo que nutrimos dentro de nós jamais se apaga. O amor não se desfaz com o tempo ou com a ausência, ele se molda, se reinventa. Podemos revisitá-lo em memórias, em fotografias, em palavras escritas ou mesmo no simples ato de lembrar. No fim, meu Yeontan sempre estará aqui. Porque sentimentos, vão além da Física, Ma Chérie.”

Fitei-o, surpresa com a profundidade de suas palavras. Mas o que mais me espantou foi quando ele prosseguiu, a voz gentil, quase um sussurro.

-“Sua inspiração nunca esteve em Paris, Ma Chérie. Sempre esteve dentro de você. A arte pode estar na paisagem, mas ganha vida através do olhar de quem a contempla. Então vá, pinte. Não busque o que sentir, apenas deixe transbordar o que já habita dentro de si.”

-"Se eu ousasse pintar agora, minha tela não conheceria nada além da frustração… e que beleza há em contemplar um sentimento tão áspero?"

Ele sorriu de canto, a noite refletindo em seu olhar.

-"Quem lhe sussurrou tais enganos, Ma Chérie? A frustração não é inimiga da beleza; ela é parte da jornada, um traço inevitável na grande obra da vida. Nem todos os momentos são de luz, mas é justamente essa dança entre sombras e claridade que torna a existência tão singular. A vida é bela… simplesmente por ser."

Suspirei, permitindo que suas palavras se dissolvessem em meu peito como tinta sobre uma tela vazia.

Com um gesto quase involuntário, meus dedos encontraram um pequeno pincel esquecido no bolso do casaco. Mas, ao invés de mergulhá-lo na tinta, toquei-o suavemente no chá ainda morno à minha frente.

E então, sob o véu da noite e o perfume da nostalgia, deixei que minha alma falasse através das pinceladas..

O rapaz me observava, ainda encostado contra a grade da sacada, enquanto eu permitia que o pincel deslizasse livremente, guiado não pela razão, mas pelo sussurro da alma. Sobre a tela, a paisagem diante de nós se revelava , o pequeno gato encolhido no parapeito, a torre escondida entre os prédios que silenciavam a noite, os habitantes que se moviam como notas dispersas em uma melodia urbana. E, ao céu, dediquei um cuidado especial a cada estrela cintilante, pois ali, entre elas, Yeontan repousava.

Quando a última pincelada se acomodou na tela, um sorriso brotou em meus lábios.

-“Essa pintura parece carregar muito mais do que apenas frustração, Ma Chérie…” , disse o rapaz, agora contemplando a obra que acabava de nascer.

Observei a tela, sentindo seu peso, um peso doce, repleto de significados invisíveis.

-“Sim… talvez haja muito mais do que frustração…” , murmurei, satisfeita. E então, sem pensar, deixei que um simples “obrigada” escae, um agradecimento não apenas pelo momento, mas por suas palavras, por sua presença.

Ele apenas sorriu, um sorriso tranquilo como a brisa da madrugada.

Meus olhos buscaram o relógio pendurado na parede.

-“Está tarde… acho que é hora de ir.”

Peguei o quadro e o estendi em sua direção.

-“Fique com ele. Ainda que não seja minha melhor obra, foi a que mais senti ao criar.”

O rapaz abriu um sorriso largo, quase infantil, irradiando um calor inesperado na frieza da noite.

-“É a mais bela obra que já vi, Ma Chérie.”

Descemos as escadas, os ecoando suavemente no silêncio. Ao chegar à porta, ele se adiantou e a abriu com um gesto teatral.

-“Primeiro as damas.”

Ri de sua postura galante, inclinando levemente a cabeça.

-“Oh, então os cavalheiros ainda existem em Paris?”

Ele riu junto a mim, um som leve como as folhas dançando ao vento.

-“Sem dúvidas, sou o mais exemplar dos cavalheiros, não acha?”

Cruzei os braços, arqueando uma sobrancelha divertida.

-“Da próxima vez, não se esqueça de pedir licença antes de se sentar à mesa de uma desconhecida.”

Ele soltou um riso suave, inclinando-se levemente em uma reverência brincalhona.

-“Me recordarei em nosso próximo encontro, Ma Chérie.”

Depois daquela noite, nunca mais o vi. Mas algo permaneceu. A poesia voltou a escorrer pelos meus dedos, as telas se encheram de cores, e as fotografias aram a capturar não apenas imagens, mas sentimentos. Aquela noite havia reacendido em mim uma paixão esquecida, não por alguém, nem por Paris, mas pela própria vida que pulsava dentro de mim.

Os anos aram como folhas levadas pelo vento, e um dia, meus os me guiaram de volta ao mesmo butiquim. Pedi o mesmo drink, sentindo o sabor da nostalgia tocar meus lábios. Sobre a mesa, depositei uma folha de papel, pronta para escrever algo que ainda não sabia nomear.

Mas ao pegar o lápis, um arrepio percorreu minha pele ao sentir uma mão pousar suavemente sobre meu ombro.

E então, uma voz grave, carregada de ecos do ado, sussurrou atrás de mim:

-“Posso me sentar aqui, Ma Chérie?”

𝘛𝘌𝘎 | One-Shot : 𓍯  :cocktail:  ៹ 𝘔𝘢 𝘊𝘩é𝘳𝘪𝘦 ♩ ˒ ◎-[C]𓍯  :cocktail:  ៹  𝘝𝘰𝘪𝘭à 𝘲𝘶𝘪 𝘫𝘦 𝘴𝘶𝘪𝘴 ♩ ˒ ◎
[CIU]Introdução

[C]🦇˒ ៹ † ࣪ ╰  Opa, meus queridos m

𓍯 :cocktail: ៹ 𝘑𝘦 𝘴𝘢𝘪𝘴 𝘱𝘢𝘴 𝘣𝘪𝘦𝘯 𝘢𝘪𝘮𝘦𝘳 𝘮𝘦𝘴 𝘤𝘰𝘯𝘵𝘰𝘶𝘳𝘴 ♩ ˒ ◎

Finalização

🦇˒ ៹ † ࣪ ╰ Bom, meus morceguinhos (as), chegamos ao fim de mais um blog, espero que tenham gostado dessa pequena aventura, fiquem a vontade para deixarem conselhos ou críticas nos comentários, e até mesmo ideias de possíveis temas para os próximos Blogs! Até a próxima!! :green_heart:

:cocktail: ܀ 𓏲Correção

𝘛𝘌𝘎 | One-Shot : 𓍯 🍸 ៹ 𝘔𝘢 𝘊𝘩é𝘳𝘪𝘦 ♩ ˒ ◎-[C]𓍯 🍸 ៹  𝘝𝘰𝘪𝘭à 𝘲𝘶𝘪 𝘫𝘦 𝘴𝘶𝘪𝘴 ♩ ˒ ◎
[CIU]Introdução

[C]🦇˒ ៹ † ࣪ ╰  Opa, meus queridos m
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[CIU]Introdução

[C]🦇˒ ៹ † ࣪ ╰  Opa, meus queridos m
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[CIU]Introdução

[C]🦇˒ ៹ † ࣪ ╰  Opa, meus queridos m
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Meu Deus, eu estou apaixonada nesse seu trabalho, sério, parabéns!! Que história maravilhosa :sob: :pray: 🏼

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0 Reply 19 days ago

╰ִׂ─ׂ۪╮blog selecionado!   ─ִׂ─

baepsae magazine. 𖥔 ࣪ ˖

:green_heart: :sparkles:

Oiê! Eu sou a Allax, colunista da Seção Imagines, da equipe BM. Como você está hoje? Estou apenas ando aqui no seu conteúdo rapidinho para avisar que ele foi selecionado para participar da Seção Imagines: Edição 233°. Espero que tenha gostado dessa grande notícia!

seu blog, está impecável

Alguns detalhes que você não sabe: a Seção estará disponível Sábado (20/04), e o seu bloguinho estará la, junto com o seu perfil e muitas outras histórias! Que tal dar uma adinha? Eu ficaria muito feliz em te ver por lá, seria uma honra. Porém, caso queira esperar para vê-la lá nos destaques principais, também é possível! Agradeço por poder compartilhar conosco esse seu talento impecável, você vai longe. E olha só, eu te vejo na Seção Imagines, hein? Não deixe de aparecer! :green_heart:

Ah! Lembrando que você tem direito a participar do projeto “Plaquinhas por Seleção”, então corre para resgatar a sua recompensa!! ☘

:beginner: | Baepsae Magazine

Colunist Imagines • Braz

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1 Reply April 21

Li cada palavra, cada parágrafo desta one-shot e, meu Deus, não gosto muito de ler coisas assim, mas sua história me impressionou e me inspirou a escrever novamente. Me identifiquei com a personagem, também adoro arte e é superfrustrante não ter inspiração para fazer o que você gosta porque se sente perdido, triste. eu iria amar que pudessem salvar o meu dia com um diálogo amigável e engraçado, assim como na história! é bom esse tipo de leitura, a vida não se trata apenas de coisas ruins, precisamos aproveitar os detalhes. parabéns pela escrita, zabk :(

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1 Reply April 19
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